As bochechas tunadas de Angelina Jolie estão de volta no segundo filme da franquia dedicado à vilã boazinha, “Malévola – Dona do Mal”. O original de 2014 ofereceu uma versão repaginada do clássico “A Bela Adormecida”, em que o amor de Malévola pela afilhada Aurora é o verdadeiro herói da história, e não um príncipe qualquer. Desta vez, contudo, a feiticeira alada terá de engolir o casório de Aurora com Phillip, após um longo namoro de 5 anos (afinal, a Disney não endossa mais o casamento de adolescentes).
Em uma espécie de “Game of Thrones” infantil, Malévola é convidada para um jantar amigável com os pais de Phillip, mas a Rainha Ingrith (interpretada por Michelle Pfeiffer) utilizará a breve visita de Malévola como uma oportunidade para se livrar do rei e começar uma guerra pessoal contra as criaturas do reino das fadas. É uma pena, no entanto, que Jolie e Pfeiffer interajam tão pouco, pois a cena do jantar é um dos raros pontos positivos de todo o filme.
Dirigido pelo norueguês Joachim Rønning, de “Piratas do Caribe – A Vingança de Salazar”, a sequência de Malévola parece ter sido concebida por um grupo de adultos sem qualquer respeito ou apreço por histórias infantis. “Dona do Mal” é longo, mas apressado; é apressado, mas entediante. Nem mesmo as cadeiras agitadas do 4D evitam os bocejos ocasionais. Sem coesão narrativa, resta ao espectador admirar a simetria do rosto de Jolie ou os figurinos intrincados de Pfeiffer – e sonhar com o que “Malévola – Dona do Mal” poderia ter sido.