Nos cinemas, a franquia X-Men já dura quase 20 anos e, com a rara exceção de “Logan” (2017), os títulos relacionados ao universo dos mutantes não costumam ser muito memoráveis. “X-Men: Primeira Classe” (2011) e “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” (2014) contam com momentos bacanas – como quando Magneto encontra os nazistas na Argentina ou qualquer cena que envolva o Mercúrio – mas a qualidade dos outros filmes é, no mínimo, questionável. Neste sentido, “X-Men: Fênix Negra” não foge à regra.
Escrito e dirigido por Simon Kinberg, roteirista dos terríveis “X-Men: Confronto Final” (2006) e “X-Men: Apocalipse” (2016), a trama não faz muito sentido e os diálogos são compostos quase que inteiramente por frases vazias de efeito. A ação também não é lá essas coisas, com lutas mal coreografas, que não provocam uma sensação iminente de perigo. É como assistir a um trailer interminável, mas que nunca envolve ou motiva o espectador a pedir mais. Com a recente fusão entre Fox e Disney, “Fênix Negra” encerra esta fase da franquia X-Men sem um décimo da graça ou da emoção de “Vingadores: Ultimato”.
Passado em 1992, Sophie Turner (“Game of Thrones”) interpreta Jean Grey, uma das protegidas do Professor Xavier (James McAvoy). Enviada para resgatar astronautas em uma missão desastrada, Jean acaba absorvendo a energia de uma suposta tempestade solar. De volta ao planeta, ela tem dificuldade de controlar os próprios poderes e, tomada por uma raiva repentina, abre um caminho de destruição que prejudicará a boa convivência dos humanos com os mutantes. Como se não fosse problema suficiente, alienígenas também aparecem para tomar o novo poder de Jean.
O aspecto mais incrível de “Fênix Negra” é, talvez, a quantidade absurda de bons atores em uma produção tão mal concebida. Além de Sophie Turner, que faz o que pode com o material dado, o elenco conta também com Jennifer Lawrence, Michael Fassbender, James McAvoy e Jessica Chastain. Todos tentando dar alguma alma a um filme tão pobre de pontos positivos – e, por fim, falhando miseravelmente. Quem sabe, de volta à Marvel, os personagens possam ressurgir das cinzas.