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Ficção científica de baixo orçamento que conquistou a crítica chega ao streaming.
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Filmado em 2016, “A Vastidão da Noite” levou um ano para ficar pronto e foi rejeitado por 18 festivais diferentes, antes de estrear no Slamdance de 2019 – depois disto, caiu nas graças do circuito independente, foi indicado na categoria de melhor roteiro de estreia do Independent Spirit Award e elogiado por cineastas como Steven Soderbergh e Guillermo del Toro. Já disponível na Amazon Prime Video, o primeiro filme de Andrew Patterson se passa nos anos de 1950, numa cidadezinha do New Mexico, onde dois adolescentes (Jake Horowitz e Sierra McCormick) investigam transmissões estranhas noite adentro.

Com uma influência bastante óbvia da série clássica “Além da Imaginação”, Patterson dá uma cara nova aos elementos mais familiares da ficção científica que tanto instilou o cinema americano: “Sabíamos que essa história já foi contada mil vezes. Fizemos questão de deixar claro que as coisas que você vai ver no filme são as mesmas que você já viu antes, mas que apresentaríamos de uma forma nova,” disse o diretor em entrevista. “Vamos permitir que os personagens tenham as nuances que nunca tiveram em ‘Além da Imaginação’”.

Com um orçamento minúsculo para padrões Hollywoodianos, de menos de US$1 milhão (financiado pelo próprio diretor), “A Vastidão da Noite” conta com longos planos-sequência que desafiam as limitações orçamentárias e deixam o espectador se perguntando “como ele fez isso?” Patterson responde: “Nós usamos cada centavo e os locais se tornaram tudo para nós, foram os nossos figurantes, nos ajudaram a encontrar antiguidades, locações, fizeram churrasco para alimentar a equipe inteira[…]Isto se tornou uma parte muito importante da nossa produção.”

De estilo intimista, que lembra um podcast com acompanhamento visual, “A Vastidão da Noite” prende a atenção com a força dos relatos dos personagens que tentam explicar a origem das transmissões aos protagonistas. É uma experiência que lembra a infame adaptação de “Guerra dos Mundos” para o rádio, feita por Orson Welles às vésperas do Halloween. Fora os plano-sequências, não há muito acontecendo visualmente no filme. Dependemos da simplicidade do roteiro e das atuações – e é uma escolha artística do mais novo diretor.

“Quero continuar trabalhando com meus próprios roteiros, rompendo as barreiras criativas do cinema e da narrativa. Quero encontrar novas formas de engajar os espectadores e desafiá-los com meus filmes e minhas histórias. E espero que novos colaboradores me acompanhem nesta jornada,” disse Patterson. Mais um cineasta para ficarmos de olho.

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