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Spielberg impressiona com atualização de musical da Broadway.
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Muitos questionaram qual seria a “necessidade” de refilmar um clássico como “Amor, Sublime Amor”, vencedor de dez prêmios Oscar, inclusive na categoria principal. Obras de arte raramente são “necessárias” como comer ou dormir sob um teto, mas “Amor, Sublime Amor” trata de uma tensão ainda muito viva nos Estados Unidos.

O musical criado por Stephen Sondheim, morto em 2021 aos 91 anos, é uma versão de “Romeu e Julieta” adaptada para um contexto americano, em que uma moça porto-riquenha se apaixona por um rapaz branco, justamente em uma região de Nova York disputada por gangues rivais de latinos e de caucasianos.

Desta vez, a produção é dirigida por ninguém menos do que Steven Spielberg, com roteiro de Tony Kushner (vencedor do Pulitzer por “Angels in America”), a fotografia vibrante do polonês Janusz Kaminski (colaborador habitual de Spielberg) e a coreografia de Justin Peck, dançarino e coreógrafo premiado do balé de Nova York.

No elenco, há uma mistura de novos talentos e veteranos do teatro. A novata Rachel Zegler dá vida à inocente María, enquanto Tony é interpretado, infelizmente, por Ansel Elgort – que, além de ter sido acusado de abusar sexualmente de uma menor, é também o elo mais fraco da refilmagem, com uma atuação fraca e, às vezes, risível.

Apesar de Elgort, “Amor, Sublime Amor” impressiona pela habilidade de Spielberg, pela direção de arte e pela performance contagiante de Ariana DeBose, no papel de Anita. A atriz Rita Moreno, a Anita do primeiro filme, faz mais do que uma mera participação especial. Valentina, sua nova personagem, influencia diretamente os rumos da história.

Em comparação com o original, os movimentos de câmera se fazem mais presentes e acompanham os atores em uma dança própria. Há pouco tempo, o vídeo de uma tomada contínua do filme viralizou nas redes sociais e inspirou elogios apaixonados de críticos e cineastas diversos.

“America” é um número arrebatador de alegria e otimismo, o mais memorável de todo o filme, mas a tragédia por trás de “Amor, Sublime Amor” é uma que, de formas menos poéticas, continua a acontecer diariamente, seja nos Estados Unidos ou em qualquer país dominado pelo preconceito e pelo racismo.

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