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Kate Winslet encabeça minissérie de suspense da HBO.
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Estrelada por Kate Winslet, “Mare of Easttown” lembra uma dúzia de outras séries de suspense, da americana “True Detective” até a britânica “Broadchurch”, mas há diferenças importantes. Em um gênero tão dominado por homens, a minissérie de sete capítulos da HBO trata dos dramas pessoais das mulheres de Easttown, uma cidadezinha dos Estados Unidos em que quase todo mundo é parente. Todo o primeiro episódio é destinado a apresentar as personagens e como elas se relacionam. Só sabemos quem é a vítima no final do capítulo.

Com roteiro de Brad Ingelsby (“The Way Back”) e direção de Craig Zobel (“Obediência”), “Mare of Easttown” não tem um nome genérico como “The Killing” ou “The Missing” porque o foco não é o crime em si, mas a forma com que a protagonista lida com os habitantes da cidade e como ela processa o próprio luto. Mare Sheehan (Winslet) é uma detetive durona que mora com a mãe Helen (a magnífica Jean Smart), a filha Siobhan (Angourie Rice) e o neto Drew (Izzy King). Para completar, Frank (David Denman), seu ex-marido, é também o seu vizinho.

Sem pistas do desaparecimento de uma jovem há mais de um ano, Mare é forçada a dividir a investigação com o dedicado detetive Colin (Evan Peters, de “X-Men”), depois que um corpo é encontrado por pescadores em um córrego de Easttown. Durante o trabalho, Colin tenta a todo custo fazer amizade com a rabugenta Mare – o relacionamento dos dois é uma convenção do gênero policial, sabemos que eles irão se aproximar pelo amor ao ofício, mas oferece a leveza e o humor necessários para tornar a minissérie menos sisuda.

Apesar de obedecer a algumas fórmulas (e de romper com outras), o roteiro e o elenco de “Mare of Easttown” são os ingredientes que tornam a produção mais impactante do que outras séries de suspense. É justamente por conhecermos os personagens como se fossem pessoas do nosso convívio que as revelações têm força. Winslet interpreta Mare de forma multifacetada, com uma tristeza contida, sem melodrama. É uma mulher cheia de defeitos, mas com uma força muito grande, algo raro de se ver em um gênero tão repleto de mulheres vitimizadas.

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