Com direção de Don Hall (de “Operação Big Hero” e “Moana”) e Carlos López Estrada (“Ponto Cego”), “Raya e o Último Dragão” mistura elementos culturais do sudeste asiático para criar uma rica animação de aventura que remonta a clássicos como “Indiana Jones” e “Princesa Mononoke”. Com roteiro de Qui Nguyen, dramaturgo americano de família vietnamita, e Adele Lim, roteirista nascida na Malásia e uma das responsáveis pelo sucesso de “Podres de Ricos”, o longa-metragem já está disponível na Disney+.
“Raya e o Último Dragão” se passa em um planeta devastado por uma praga – para derrotá-la, os diferentes povos precisam se unir e colocar as desavenças de lado, mas muitos dos personagens vivem amargurados e isolados, com saudades dos entes queridos que foram afetados pela maldição. Parece familiar? Neste universo, a única esperança é restaurar os poderes do dragão Sisu (voz da atriz Awkwafina). Para tal, a princesa Raya (Kelly Marie Tran) precisa viajar pelo mundo recuperando artefatos mágicos.
O verdadeiro desafio de Raya, no entanto, é aprender a confiar de novo. Após ser traída por Namaari (Gemma Chan), princesa de um reino rival, Raya suspeita de todos que ela encontra pelo caminho, mas o otimismo incansável de Sisu irá ajudá-la a ver as coisas de uma forma menos cínica. “Raya e o Último Dragão” não é uma animação superficial e nem subestima a inteligência do público. Crianças mais novas devem curtir o clima de aventura, enquanto as mais velhas podem refletir sobre confiança e perdão.
Além de representar a cultura asiática muito melhor do que a versão live-action de “Mulan”, “Raya e o Último Dragão” traz princesas multifacetadas, que confirmam a tendência recente da Disney em se afastar dos clichês ultrapassados dos contos de fadas e de criar personagens mais fortes e complexas para meninas. Junto de Elsa, Anna, Moana e Vanellope, Raya e Namaari são princesas que não se encaixam num molde obsoleto feminilidade e representam tudo aquilo que eu gostaria de ter visto quando eu era criança.